2016 | 7min | HD | Color
Filme-ensaio sobre a solidão de uma cadeira.
Acredito que ainda não tenho formas de explicar a intenção deste curta. Ainda não o compreendi por completo. Foi uma ideia que me surgiu antes de dormir e resolvi filmar. O texto também surgiu de maneira natural e eu resolvi não mudar muito do que tinha aparecido para mim. Talvez tenha sido a forma com que Àgua Viva, de Clarice, tenha me tocado, junto com as outras coisas que andei lendo esses tempos.
Achei uma pequena idéia, dentro do texto Forma e personalidade do Mário Pedrosa que pode dar alguma ideia do que tentei transpor:
As formas exteriores se apresentam aos nossos sentidos, ao nosso pensamento, dotadas de vida, como o corpo, o rosto dos seres humanos. Se tal maneira de ver era a mais generalizada no mundo primitivo, ao passo que no mundo adulto civilizado é ultrarrestria, na criança e no alienado de hoje, seres que transpõem os espaços históricos e os tempos, para afinar com os povos primitivos, é o modo predominante de “conhecer”. A arte é um fenômeno místico-mágico, pois consiste em ver, classificar as coisas fisiognomicamente, apagada ou obscurecida a diferença, a distinção entre o mundo vivente e o inanimado.
Mário Pedrosa